Comerciante assaltado em Ipanema foi seguido por criminosos em banco
quarta-feira, 30 de maio de 2012O comerciante Fernando Girão assaltado por um grupo de criminosos, na tarde de ontem (29), numa galeria em Ipanema, na Zona Sul do RJ, foi seguido pelos assaltantes desde uma agência bancária no mesmo bairro. De acordo com o irmão da vítima, Ricardo Girão, os criminosos sabiam que ele havia acabado de sacar R$ 2 mil no banco, na Rua Joana Angélica.
O assalto ocorreu por volta das 16h15, na galeria Boutiques de Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá 303, uma das mais movimentadas do bairro. Apesar do pânico e correria, não houve feridos. Segundo policiais da 14ª DP (Leblon), o suspeito teria atirado para o alto e nos vidros para causar tumulto e dificultar a perseguição. A galeria não tem seguranças.
Ricardo contou que assim que Fernando chegou à imobiliária, que fica no terceiro andar da galeria, um homem armado anunciou o assalto. A vítima não reagiu e entregou o dinheiro ao criminoso.
O irmão do comerciante acredita que seguranças de uma casa de câmbio, que fica no térreo da galeria, foram alertados com gritos de “pega ladrão”, logo após o assalto. Ao menos quatro lojas foram atingidas pelos disparos.
“Ele poderia ter sido interceptado na rua, mas foi assaltado aqui dentro, na galeria, onde teoricamente seria mais difícil do criminoso fugir”, relata Ricardo.
Sistema de câmeras
Como a galeria dispõe de sistemas de câmeras de segurança, a polícia vai solicitar os vídeos ao síndico do prédio. O material deverá ser encaminhado à delegacia na manhã de quarta-feira (30). Segundo os policiais, somente através das imagens será possível identificar o criminoso. Os comerciantes não conseguiram descrever o suspeito.
“Na hora dos tiros, todo mundo se abaixou e procurou se proteger. Foram muitos tiros e o barulho dos blindex quebrando deixou as pessoas em pânico. Era hora de muito movimento. Eu mesmo estava com uns cinco ou seis clientes na loja. Estou aqui há 30 anos e nunca vi nada parecido. Mas por sorte, o prejuízo é só material, que no meu caso deve chegar a R$ 40 mil. Ninguém se feriu”, disse Hélio Casagrande, dono da delicatessen Cosa Nostra, que vai passar a noite na loja, já que teve as quatro portas de vidro quebrada e o motor de uma geladeira atingido por um tiro.
A comerciante da loja de persianas Ostrower, Marlene Fidalgo, disse que ficou apavorada e correr para o fundo da loja.
“Tinha muita gente nos corredores. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Corri para dentro da loja e fiquei esperando as coisas se acalmarem. Acertaram até o aquário do corredor do prédio. Tivemos de catar os peixinhos no chão”, disse Marlene, que no início da noite tentava colocar um papel no lugar da porta destruída para não deixar a loja exposta. O mesmo fizeram os funcionários da Copiadora Ipanema, na loja ao lado.
Já o comerciante da ótica Terral Optique, que preferiu não se identificar, contou que ouviu mais de dez tiros. Desesperado, ele disse que ia passar a madrugada na galeria tentando improvisar uma porta com madeira para que loja não ficasse aberta.
Após o assalto, o criminoso fugiu com a ajuda de comparsas em uma moto. Os policiais que estiveram no prédio acreditam ainda, que a dupla teve a cobertura de outros dois homens numa moto.
O comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Luís Otávio, informou que os PMs chegaram a perseguir os suspeitos, mas não conseguiram prendê-los.
Fonte: G1